quarta-feira, maio 18, 2011

Cinema na FEUC - O Senhor das Armas

Neste sábado dia 28 de maio, às 14h, será exibido o  filme ''O Senhor das Armas'', seguido de debate.O cinema é aberto  para  toda comunidade.
Segue a sinopse do filme:
Yuri Orlov (Nicolas Cage) é filho de imigrantes ucranianos e que, ainda criança, vai para os Estados Unidos. Seduzido desde sempre pelo  ‘’american way of life’’, ao ambicioso Orlov não resta alternativa senão ascender economicamente à margem da sociedade seguindo uma vocação que lhe parece natural: o contrabando de armas.
Não faltam referencias a recente história contemporânea, quando as armas parecem ter adquirido o estatuto de divindades e são tão comuns em nossas vidas (com os cada vez mais violentos jogos de videogames e filmes, por exemplo) quanto o são para os cada vez mais jovens soldados africanos (muitos deles, crianças que mal tem forças de carregar as metralhadoras que portam).
Os seus personagens são porta-vozes do seu discurso, que não economiza críticas a nada, muito menos aos supostos motivos alegados para a realização da desastrosa invasão ao Iraque recentemente,"Falam de armas de destruição de massa, mas as verdadeiras armas que matam, que mais ceifam vidas, não são mísseis ou bombas de hidrogênio. São as pequenas armas, de fácil manuseio por qualquer pessoa: pistolas e metralhadoras".Mais tarde, o personagem principal complementa um discurso bem dirigido a administração de George Bush: "Sou um mal necessário. Chamam-me de contrabandista, mas sou apenas um pequeno comerciante perto do maior comerciante de armas do mundo, o exército dos Estados Unidos da América. Em um ano, vendo menos armas do que ele produz em apenas um dia".Outras noticias:




Esperamos sua presença !

quarta-feira, maio 11, 2011

Movimentos Negros no Brasil

Logo depois da abolição, no final do século XIX, já circulavam jornais voltados para as populações negras, como o Treze de Maio, do Rio de Janeiro (1888), e O Exemplo, de Porto Alegre (1892). Em São Paulo, a chamada “imprensa negra paulista” denunciava, nos anos 1920, a discriminação racial. Dela surgiram alguns dos fundadores da Frente Negra Brasileira, em 1931, que chegou a se transformar em partido político em 1936, mas logo foi extinta, como os demais partidos, pelo Estado Novo no ano seguinte. Na década de 1940 foram fundadas várias entidades, como a União dos Homens de Cor e o Teatro Experimental do Negro.
Realizou-se em São Paulo, no dia 7 julho de 1978, na área fronteiriça ao Teatro Municipal, junto ao Viaduto do Chá, uma concentração organizada pelo autodenominado “Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial”, integrado por vários grupos, cujos objetivos principais anunciados são: denunciar, permanentemente, todo tipo de racismo e organizar a comunidade negra. Embora não seja, ainda, um “movimento de massa”,  paralelamente, revela tendências ideológicas de esquerda.
 Desde o início da década de 1970, é possível registrar a formação de entidades que, como diz o relatório do SNI (Serviço Nacional de Informações), buscavam denunciar o racismo e organizar a comunidade negra. Por exemplo, o Grupo Palmares, criado em Porto Alegre em 1971; o Centro de Estudos e Arte Negra (Cecan), aberto em São Paulo em 1972; a Sociedade de Intercâmbio Brasil-África (Sinba), inaugurada no Rio de Janeiro em 1974, e o Bloco Afro Ilê Aiyê, fundado em Salvador também em 1974. Militantes de algumas dessas e de outras entidades articularam-se em 1978 para a realização do  ato público. Sua motivação teve origem no assassinato do jovem negro Robson Silveira da Luz, no distrito policial de Guaianazes, para onde tinha sido levado preso, acusado de roubar frutas numa feira, e na discriminação sofrida por quatro meninos negros impedidos de treinar vôlei no time infantil do Clube de Regatas Tietê.
 A manifestação contou com a presença de Abdias do Nascimento, militante de longa data, que em 1968 havia se exilado nos Estados Unidos, onde foi professor em várias universidades. O fato de ser apontado como “conhecido racista negro” pelo relatório do SNI é um dado interessante e pode ser explicado pela forte atuação do movimento negro, naquela época, no sentido da denúncia do chamado “mito da democracia racial”, isto é, da ideia de que não haveria racismo no Brasil. Como Abdias do Nascimento, de acordo com o SNI, denunciava um racismo “inexistente”, ele mesmo seria racista. Outro documento, de janeiro do mesmo ano de 1978, advertia: “Esses movimentos, caso continuem a crescer e se radicalizar, poderão vir a originar conflitos raciais”.
 A descoberta de si mesmo como negro se mesclava a uma tomada de posição política. O simples ato de comprar uma revista, por exemplo, era decisivo. Foi o que contou Carlos Alberto Medeiros, militante do movimento negro no Rio de Janeiro desde a década de 1970: 
  Havia uma revista da qual eu já tinha ouvido falar e tinha até alguma curiosidade. Mas até para comprar à revista a primeira vez eu tive que romper com alguma coisa. Porque comprar uma revista de negros tinha um significado de identificação. Até que um dia eu comprei. E era final da segunda metade de 1969, na época em que estava aquela coisa do black is beautiful, do cabelo afro. E aquilo foi quase um amor à primeira vista. Bati o olho e falei: “É isso que falta.”
 Magno Cruz, importante referência do movimento no Maranhão desde o início dos anos 1980, relata como foi atingido por essa estratégia inicial. Em 1979, ele chegou a assinar a ata de criação do Centro de Cultura Negra (CCN) local, a convite de sua fundadora, Mundinha Araújo. Mas levou certo tempo até atuar como militante:
Eu sou fundador fictício, porque não fui fundador orgânico que estava lá no início, nas primeiras reuniões. Qual era a minha resistência em me engajar no trabalho do CCN? Eu não me considerava negro. Inclusive o meu apelido na faculdade era Moreno. E eu era crente que eu era moreno. Pensava: como ia participar de uma entidade do movimento negro se eu não me considerava negro? Mas, com os seminários e com as palestras, que houve muito, eu fui mudando. A Mundinha deu o encaminhamento que eu acho que foi o melhor possível, porque foi de formação. As primeiras reuniões eram reuniões de estudo. Era uma sala, talvez um pouquinho maior do que essa aqui; quando iam mais de 30 pessoas, tinha que ficar gente do lado de fora. E era texto para a gente ler, jornal para a gente ler, para discutir, livros… Ninguém sabia nada sobre a história do negro. E aí, com esses cursos, esses seminários de que eu fui participando, eu fui percebendo que era negro.
 A repercussão nacional do ato público nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, em 1978, possibilitou a criação de muitas organizações em diferentes estados do país e acabou sendo responsável pela difusão da noção de “movimento negro” como designação genérica para as diversas entidades e ações a partir daquele momento.
O marco seguinte foi o ano de 1988, por duas razões: comemorava-se o centenário da Abolição, o que motivou uma série de ações de protesto que denunciavam as condições de vida dos negros no país, e elaborava-se uma nova Constituição. Duas importantes reivindicações do movimento viraram texto constitucional – a criminalização do racismo (Artigo 5) e o reconhecimento da propriedade das terras de remanescentes de quilombos (Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). Os anos de 1995 e 2001 são os dois momentos seguintes. Em 1995 foi realizada em Brasília uma marcha em homenagem aos trezentos anos da morte de Zumbi dos Palmares. Era o primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso, que criou então um Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, dando a partida nas primeiras iniciativas de ação afirmativa na administração pública federal. E 2001 foi o ano da III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, realizada na cidade de Durban, na África do Sul, que mobilizou o governo e as entidades do movimento negro em sua preparação e resultou em novos acontecimentos, como a reserva de vagas para negros em algumas universidades do país e novos compromissos assumidos pelo Estado em âmbito internacional.
A história do movimento negro no Brasil não deve ser entendida como “descolada” da história contemporânea, tanto do Brasil como do mundo. O marcos aqui registrado faz sentido para o movimento negro e também para a história nacional, pois se relacionam com conjunturas como a abertura política, o centenário da Abolição, a Constituinte e o governo Fernando Henrique Cardoso, entre outros. Eles tiram sentido desses contextos e emprestam-lhes novos sentidos.
             
Verena Alberti é pesquisadora do Programa de História Oral do CPDOC da Fundação Getulio Vargas e professora de História da Escola Alemã Corcovado, no Rio de Janeiro.
Amilcar Araujo Pereira é doutorando em História na Universidade Federal Fluminense (UFF) e bolsista do CNPq. Ambos são organizadores do livro Histórias do movimento negro no Brasil (Rio de Janeiro: Pallas, 2007).

Curso de Gestão e Sustentabilidade - PACS






DATAS E HORÁRIOS DAS AULAS:
11/05
18/05
25/05
01/06
08/06
15/06
29/06
06/07
13/07
20/07
27/07

Horário:

9:00 h ás  16:00 h

INFORMAÇOES GERAIS:

INICIO DO CURSO :11 DE MAIO DE 2011.
(aceita inscrições até a 2° aula)

LOCAL: FEUC -Estrada da Caroba,685 Campo Grande/RJ
CARGA HORARIA : 77hs

CONTATO:
Telefax: (21) 2210-2124 Mirian (PACS)


quarta-feira, abril 27, 2011

Cinema na Feuc - Pro Dia Nascer Feliz

Neste sábado dia 30, ás 14hrs, Cinema na Feuc estará exibindo o documentário ''Pro dia nascer Feliz''.
Definido pelo próprio diretor como "um diário de observação da vida do adolescente no Brasil em seis escolas", Pro Dia Nascer Feliz flagra o dia-a-dia e adentra a subjetividade de alunas e professores de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. As entrevistas são intercaladas com seqüências de observação do ambiente das escolas. Sem exercer interferência direta, a câmera flagra salas de aula, esquadrinha corredores, pátios e banheiros, testemunha uma reunião de conselho de classe e momentos de relativa intimidade pessoal.
Longe de romancear a imagem da educação em nosso país, o cineasta promove uma leitura dinâmica da realidade que permeia as escolas nos grandes centros urbanos. Distintos quadros se apresentam entre as instituições retratadas, mas tal diversidade permite enxergar o cerne em que reside o problema educacional, que é a divisão de classes atrelado à falta de administração pública.



segunda-feira, abril 18, 2011

Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária



A Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, promovida pelo MST em todo o país, é realizada em memória aos 21 companheiros assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás (19 executados na hora e mais dois que não se recuperaram e morreram no hospital), em operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, no dia 17 de abril.
Depois de 15 anos de um massacre de repercussão internacional, o país ainda não resolveu os problemas dos pobres do campo, que continuam sendo alvo da violência dos fazendeiros e da impunidade da justiça.

Reivindicações

Com as lutas, cobramos do governo medidas de curto e médio/longo prazo para assentar as famílias acampadas e desenvolver os assentamentos, tendo como eixo quatro medidas:
1-Exigimos um plano emergencial do governo federal para o assentamento das 100 mil famílias acampadas até o final deste ano. Temos famílias acampadas há mais de cinco anos, vivendo em situação bastante difícil à beira de estradas e em áreas ocupadas, que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio.
2-Até o meio do ano, queremos que o governo apresente um plano de metas de assentamentos em áreas desapropriadas até 2014.
3-Precisamos de um programa de desenvolvimento dos assentamentos, com investimentos públicos, crédito agrícola, habitação rural, educação e saúde. Os nossos assentados também passam por uma situação bastante difícil, com a falta de investimento público para crédito rural e infra-estrutura em áreas de reforma agrária, como casa, saneamento básico, escola e hospital.
4-Precisamos de medidas para garantir educação nos assentamentos, com a construção de escolas nos assentamentos (em todos os níveis, do infantil, passando pelo fundamental até o médio), um programa de combate ao analfabetismo e políticas para a formação de professores no meio rural.

Ações nos estados

Nesta semana, 17 estados se mobilizaram na Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, somando-se, ainda, atividades em Brasília, na Cãmara Federal.
São mais de 18 mil famílias em luta, totalizando mais de 70 ocupações de latifúndios, mobilizações em 13 sedes do Incra, além de fechamento de estradas, acampamentos, debates com a sociedade, audiências públicas e ações em diferentes órgãos dos governos locais, responsáveis pela questão agrária.
Ainda ocorreram reuniões com o Governo Federal, com a participação de Secretaria Geral da Presidência e os Ministérios do Desenvolvimento Agrário, Educação, dentre outros.
Na última quarta-feira (13), o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) anunciou o compromisso do governo em responder as pautas apresentadas até a data limite do dia 2 de maio.
Entre as reivindicações estão a recomposição do orçamento para Reforma Agrária, para as demandas da educação do campo e a renegociação das dívidas dos assentados.


Relembre o episódio



O massacre ocorreu em 17 de abril de 1996, por volta das 17h, quando cerca de 1.100 sem-terra ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interditavam a rodovia PA-150, na altura da curva do “S”, em Eldorado dos Carajás (a 754 km de Belém). Os manifestantes marchavam rumo à capital paraense para exigir a desapropriação da fazenda Macaxeira, em Curionópolis (PA), ocupada por 1.500 famílias havia 11 dias.
Do gabinete do governador Almir Gabriel (PSDB) partiu a ordem para “desobstruir” a via; o secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, reforçou a orientação e autorizou o uso da força policial para tirar os manifestantes da rodovia. Pantoja disse, em seu depoimento no Tribunal do Júri, que tentou argumentar com seus superiores para que a tropa de choque fosse chamada para a operação, já que seus comandados não teriam condições para cumprir a ordem, mas teve o pedido rejeitado.
Orientado a seguir com a desobstrução, o coronel partiu de Marabá com policiais munidos de armamentos pesados. No lado oposto da PA-150, a partir de Parauapebas, vieram os comandados de Oliveira, também fortemente armados. Na curva do "S", onde a multidão se aglomerava, os PMs utilizaram bombas de gás lacrimogêneo para liberar a rodovia.
Os sem-terra revidaram atirando pedras e paus contra os policiais. Em seguida, alguns PMs passaram a disparar com armas de fogo em direção aos manifestantes. Apesar dos tiros, a maioria das mortes não ocorreu no momento do enfrentamento, mas alguns instantes depois, quando os trabalhadores já estavam rendidos, segundo a perícia

Os peritos constataram que a maior parte dos crimes teve características de execução, algumas delas com requintes de crueldade. A apuração dos crimes foi prejudicada porque os corpos foram retirados da cena do crime pelos policiais . Além dos 19 mortos, cerca de 70 trabalhadores sofreram ferimentos graves e mutilações resultantes do uso de armas brancas pelos policiais. “Foi uma demonstração clara da violência do latifúndio e da polícia contra a luta dos trabalhadores pela terra”, analisa a historiadora e professora da USP Universidade de São Paulo), Zilda Iokói.

A luta contra a impunidade. O caso Eldorado é um exemplo da difícil luta pela justiça em relação aos crimes no campo no Pará. Nem a pressão nacional e internacional, foi suficiente para afastar a impunidade dos executores e mandantes. A instrução processual expôs a contestável atuação da justiça paraense na busca das provas para a condenação dos culpados.